A indústria e a academia buscam formas de estender o poder de armazenamento e distribuição de energia elétrica das baterias, uma vez que a química impõe um limites instransponíveis ao funcionamento desses dispositivos
A tecnologia evoluiu a passos larguíssimos nas últimas cinco décadas. Um iPhone tem um conjunto de microprocessadores 1 300 vezes mais potente que os dos imensos computadores da missão Apollo 11, que pôs o homem na Lua em 1969. As inovações são tantas, amparadas pela internet, que soa desnecessário enumerá-las. Mas esse ritmo de descobertas corre o risco de ser congelado. Em cinco anos, estima-se que um dos elementos responsáveis por acelerar os avanços tecnológicos atingirá o máximo de seu desenvolvimento: as baterias. Sem elas, smartphones, tablets, notebooks e carros seriam carcaças inúteis. As baterias têm um limite intransponível, imposto pelo tipo de material que as compõe, condição determinante para a quantidade de energia que são capazes de armazenar.
Diferentemente do processamento de computadores, movido na toada de um estatuto quase sagrado da era da informação, a Lei de Moore, estabelecida em 1965 pelo engenheiro americano Gordon Moore, segundo a qual a capacidade de trabalho de um chip dobraria a cada dezoito meses, o progresso das baterias se dá pela descoberta de reações químicas afeitas a estender o poder de armazenamento e distribuição de energia elétrica. "Estamos presos à capacidade natural dos elementos da tabela periódica, limitados a estudar como explorá-los ao máximo, mas sem a possibilidade de superá-los", define o físico americano Jeff Dahn, chefe do laboratório de armazenamento de energia da Universidade Dalhousie. E temos a certeza, cada vez mais evidente, de que toda bateria acaba muito antes do desejado, atalho para um rotundo palavrão. É a última fronteira da ciência.
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